O mito do bom velhinho foi inspirado em São Nicolau, um bispo católico que viveu no século 4 na cidade de Mira, atual Turquia. "Ele ficou conhecido em todo o Oriente por sua bondade e pela atenção com as crianças", afirma o frei Luiz Carlos Susin, professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Diz a lenda que Nicolau presenteava as crianças no dia de seu aniversário, em 6 de dezembro. Nos séculos seguintes, o mito se espalhou pela Europa e a data da entrega de presentes acabou se confundindo com o nascimento de Cristo. "Quando a história chegou à Alemanha, no século 19, o velhinho ganhou roupas de inverno, renas, um trenó de neve e uma nova casa: o Pólo Norte", afirma Luiz.
Nessa época, Noel ainda era representado como um homem alto e magro com roupas que variavam de cor - dependendo do relato, elas eram azuis, amarelas, verdes ou vermelhas. A silhueta rechonchuda, o rosto barbudo e os trajes vermelhos que conhecemos hoje apareceram pela primeira vez na revista americana Harper’s Weekly, em 1881. A figura, desenhada pelo cartunista Thomas Nast, sofreu uma nova transformação em 1931. Na criação de um anúncio para a Coca-Cola, o desenhista Haddon Sundblom acrescentou um saco de presentes e um gorro ao personagem. A série de comerciais que mostrava Noel metido em situações engraçadas para entregar seus brinquedos rodou o mundo, popularizou essa imagem e, claro, turbinou as vendas do refrigerante.
O nome Santa Claus, como Noel é conhecido em inglês, é uma adaptação de Sinter Klaas, forma como São Nicolau era chamado pelos holandeses, que levaram suas tradições natalinas para colônias na América no século 17 (entre elas a região da cidade de Nova York). Já por aqui, a origem da expressão "Papai Noel" tem raízes no idioma francês, no qual Noël significa " Natal". Ou seja, no Brasil, o bom velhinho ganhou um carinhoso nome que significa literalmente "Papai Natal".
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