terça-feira, 20 de setembro de 2011

CORRENTE DO BEM

Por Fernanda Gomes Camargo

Professora Kátia Generoso

Era uma vez uma senhora chamada Ione Seitsuko de 80 anos de idade. Tinha um casal de filhos gêmeos, três netos e dois bisnetos. Vivia em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, onde recebia constantemente a visita de seus bisnetos. Em uma dessas idas e vindas, D. Seitsuko resolveu contar um pouco de suas experiências de vida, a fim de que pudessem comparar os valores de antes com os de hoje. Eles se sentaram e começaram a ouvir, atentamente:

“Há cerca de 60 anos atrás, quando tinha 12 anos, a vida em minha terra era muito tranqüila, meus pais e parentes eram agricultores e sobreviviam vendendo verduras e hortaliças. Poço dizer até que vivíamos no paraíso, as pessoas eram generosas, solidárias, agiam com coleguismo, bem diferente do que vemos nos dias de hoje.”

Iuri, irmão mais velho dos bisnetos, perguntou à avó:

“Vovó, a senhora viveu na época da Segunda Guerra Mundial e presenciou toda aquela tragédia. A senhora acredita que as pessoas que fizeram aquilo pagarão por seus atos?

“Filho, todos nós erramos, uns mais outros menos, mas todos merecem a chance de serem perdoados, caso nos arrependamos. Confesso que a revolta é grande, pois milhares de pessoas inocentes tiveram seu sangue derramado, e tudo isso em vão. É comovente presenciar o desespero de pais vendo seus filhos em seu leito de morte, sem nada poderem fazer. Crianças morrendo ora de sede, frio, fome, ora feridas e mutiladas, quando não, órfãs de pai e mãe.”

Kenji, o bisneto mais novo, vendo a comoção da avó disse:

“Não queremos ver mais ninguém morrendo injustamente. O que podemos fazer?

“Kenji querido, devemos mudar nossa forma de pensar e agir. Já passou da hora de notarmos que o mundo está se deteriorando, devido à nosso egoísmo. Cada notícia que vemos na mídia, só nos retrata a decadência social: corrupção, violência, desigualdades, enfim, atos que, hoje, são comuns para nós. A guerra está cada vez mais próxima, ou melhor, nunca acabou. Mas ainda acredito que é possível reverter este quadro.” Desabafou a avó.

“A Conscientização – continuou ela – é a única maneira eficaz de rompermos barreiras e derrubarmos preconceitos, porém não basta só querer, tem que agir, disseminando idéias construtivas e solidárias, pois a decadência humana não se deve somente à opressão imposta pelos maus, e sim pela falta de ação dos bons.”

Hoje, em homenagem a D. Seitsuko, seus bisnetos fundaram o Projeto Itinerante “Corrente do bem” de conscientização e disseminação da paz, através de fotos e fatos históricos.

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